Secretário-geral da ONU assinala "dia dos sete mil milhões" com apelo aos países mais ricos

O secretário-geral das Nações Unidas assinalou hoje o "dia dos sete mil milhões" de habitantes do planeta com uma declaração onde sublinha as crescentes diferenças entre ricos e pobres e apela aos países do G20 para reflectirem sobre o futuro.
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"Este é um dia relacionado com toda a nossa família humana", disse Ban Ki-moon na sua mensagem emitida em Nova Iorque, onde recorda os principais problemas que afetam uma parte considerável da população à escala mundial.

O líder da ONU fez uma alusão à "fome no Corno de África", aos "confrontos na Síria e em outras regiões", ou aos protestos "contra a crescente desigualdade económica, de Wall Street a Main Street", assinalado por incisivos protestos sociais ou a "perda de confiança nos governos e instituições públicas", aparentemente incapazes de adotarem as decisões correctas.

"A que espécie de mundo chegou hoje a criança sete mil milhões?". Que mundo vamos querer no futuro para os nossos filhos?", interroga-se o líder da ONU após uma alusão às "terríveis contradições" de um planeta onde existe "comida suficiente mas com mil milhões a passarem fome" ou onde "se gastam biliões em armamento para matar pessoas em vez de garantir a sua segurança".

Ban Ki-moon diz ainda que vai transmitir uma "mensagem vibrante e clara" na cimeira do G20 em Cannes, para onde viaja na terça-feira: "Pensem nos nossos filhos. Pensem no futuro, com visão e antecipação".

A "grave crise económica" mundial é ainda abordada pelo secretário-geral da ONU, que aludiu à "austeridade fiscal" em muitas regiões do mundo, e aos receios de que as medidas em execução afectem sobretudo os mais necessitados.

"Não podemos quebrar o pacto solene com os pobres deste mundo. Não podemos comprometer o caminho do futuro à custa da destruição do nosso planeta", sublinhou.

Ban Ki-moon considera ainda que todas estas questões deverão ser abordadas "sem hesitações e de forma direta" na cimeira do G20, porque a população mundial "aguarda respostas dos seus líderes, espera soluções e não meias-medidas ou desculpas".

O chefe da ONU recorda ainda a importância em reforçar a intervenção "das mulheres e dos jovens" num mundo desigual e "onde todos devemos ser uma parte da solução", com um apelo final à "cooperação solidária para um mundo melhor para todos".

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